O popular açaí: ele oferece algum risco?

Antes de mais nada você precisa saber que o “açaí raíz” não tem nada a ver com os “toppins” de banana e leite ninho.  Ele é uma fruta do Pará, norte do Brasil, parecido com um caroço e impossível de mastigar, por isso consumido em líquido ou pasta.

Esse alimento agradou o brasileiro e logo teve sua imagem relacionada à qualidade de vida e às pessoas que buscam por uma alimentação mais saudável. Além disso, para aqueles com veia empreendedora, investir no açaí foi e é um sucesso em qualquer lugar, uma vez que seu rendimento é alto e seu custo baixíssimo.

A história do açaí no Brasil deve-se a lutadores de jiu jitsu que levaram a fruta aos holofotes do MMA e de curiosos que gostariam de saber da dieta de seus ídolos lutadores. E por fim, numa esfera internacional, em 2000, uma dupla de surfistas americanos, que estavam como turistas no Brasil, se interessaram na frutinha roxa e levaram a polpa congelada para o EUA. E o resto da história vocês já sabem. O açaí viralizou pelo mundo.

Entretanto, no ano de 2006, houve possíveis indícios de que essa frutinha poderia transmitir o protozoário Trypanosoma cruzi, mais conhecido como “Mal de Chagas” que é proveniente do inseto “Barbeiro”. Estas desconfianças começaram quando houve um aumento de casos da doença no Pará, onde quase 90 municípios registram essa doença. E o único fator em comum é que todos os pacientes ingeriram açaí.

A partir dessas informações, o Ministério da Saúde pediu para que as universidades (Unicamp, UFRJ) e o Instituto de Pesquisas (IPEN) fizessem um estudo. A partir deste concluíram que esse protozoário pode sobreviver em diversas condições como: 4ºC (temperatura média de uma geladeira) e a -20ºC (estado de congelamento). Mas comer açaí não significa que você irá contrair o “Mal de chagas”, porém essa frutinha tão querida costuma atrair além das pessoas, também o inseto barbeiro (que em seu intestino guarda o protozoário causador da doença) e uma vez que é moído junto do açaí, forma uma pasta de coloração bem escura, na qual é impossível detectar este corpo estranho. Além disso, como o protozoário sobrevive a condições extremas de congelamento, apenas moer e congelar não é suficiente para “mata-lo”.

Então, como garantir a segurança do açaí?

Primeiramente o açaí deve ser higienizado com uma solução de hipoclorito de sódio a 150 ppm por, no mínimo, 10 minutos. Em seguida, ele deve passar por um enxague a 80ºC por 10 segundos. Logo após, a polpa pode ser processada e deve ser feita a pasteurização (43ºC durante 20 minutos).

Além disso, para evitar o risco da doença de Chagas e garantir um açaí de qualidade, é necessário reforço das boas práticas de fabricação na produção do açaí.

Boas Práticas de Fabricação ou BPF, é um conjunto de medidas que devem ser adotadas por todos serviços e indústrias de alimentação (em caráter obrigatório), com a finalidade de garantir a segurança e integridade do alimento e consumidor. 

Ao aplicar BPF as empresas alcançam alto padrão de qualidade em seus produtos, além de otimizar gastos, ao diminuir a perda de matéria-prima.

Ainda não possui BPF em seu estabelecimento? Não perca tempo, procure-nos e fique regularizado!

REFERÊNCIAS

https://super.abril.com.br/especiais/as-raizes-do-acai/

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